segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

ESSA TAL LIBERDADE


Me pego pensando algumas vezes que o homem não está pronto para ser livre.
Partindo de uma premissa aterradora de que só sob o julgo de chicotes é que somos compelidos a agir de forma criativa e brilhante.
Em minha juventude nada podia ser dito, ou cantávamos com Roberto Carlos e ficávamos bem alienados de nosso momento político, ou torcíamos pela seleção brasileira de futebol, nosso eterno ópio.
Chico, Milton, Caetano, Gil, todos presos e sumindo assim... pra nunca mais.” 
No Woman no Cry” (Gilberto Gil) “Ob... observando hipócritas Disfarçados, rondando ao redor. Amigos presos, amigos sumindo assim, pra nunca mais”
Tive colegas de sala que os guardas buscaram e de quem nunca mais se teve notícias.
Os livros eram escondidos; andávamos nos TCBs (Transportes Coletivos de Brasília) escondidos também. Os motoristas não gostavam de parar para os estudantes. Guardas entravam e enquanto todos não eram revistados não saíamos do lugar e o coitado do motorista morria de medo e a gente também.
Ninguém era livre e o pensar era o mais libertário possível.
Teatro, música, literatura, pintura, o melhor momento das artes, com a permissão da turma de 29. 
E hoje vejo uma juventude que tudo pode, que tem ferramentas como a internet e podem atuar livremente em várias frentes.
Simplesmente não fazendo nada.
Sobre o Meio ambiente uns poucos levantam bandeira.
E sobre a fome a miséria à corrupção, onde estão as vozes da juventude em 2012?
Música Sertanejo-Universitário há meu tempo seriam incompatíveis.
Os universitários eram dados mais a intelectualidade, discutia-se política e economia, moral e ética, sociologia, filosofia e antropologia.
Até gosto da música sertaneja, como gosto de toda boa música, mas ai...ai...se eu te pego, é muito para pais que gastam até R$2.000,00 ( dois mil reais) por mês,  para manter os filhos nas universidades, mesmo as Federais. 
Parecem alienados ou têm por aspiração participar do BBB- 54, por que esta coisa não ter fim.
Pergunto-me o que anda fazendo os dirigentes dos Diretórios Universitários?
Qual sua bandeira?
Por quem lutam na atualidade?
Ando brigando com alguém que já fez 16 anos e não está nem um pouco preocupada em tirar o titulo de eleitor e  diz que não tem interesse em política.
Fico tentando incutir-lhe algumas noções de cidadania e civilidade bem ausentes nas escolas.
Ponto.
Só me pergunto se teremos sempre que ter momentos alternados de liberdade de expressão e ditaduras para que o homem aprenda a ser livre.



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