sábado, 31 de março de 2012

“1964- A Verdade”


Evento marcado para relembrar o Golpe Militar de 64.
Comemorar o que?
A ditadura, a época do terror, a tortura, o AI5, os crimes ocorridos durante o regime militar, os que foram abduzidos por eles e sumiram pra nunca mais.
A presidente Dilma, uma dos milhares de vitimas deste regime, proibiu as comemorações oficiais.
Foram proibidas também pelo comando das Forças Armadas e um grupo de veteranos disse não estarem mais subordinados ao momento político e decidiram fazer uma homenagem porque na época eram jovens e participaram da história.
Que triste historia fizeram parte.
Deviam se envergonhar por terem de alguma forma contribuído com a tortura e, ajudado a encolher uma a juventude que defendia seus direitos e que lutava pela liberdade de expressão.
Quem seria o homenageado nesta data funesta para o Brasil?
Quarenta e oito anos depois, quatro veteranos da Brigada de Paraquedista saltaram de aviões com bandeiras do Brasil e aterrissaram na praia da reserva na zona oeste do Rio de Janeiro. 
Desculpe senhores, mas foi um ato desnecessário uma homenagem a ninguém, nem mesmo a vocês veteranos; que por força do cargo tiveram que se prestar a indignidade de torturar seus semelhantes em nome da defesa de um governo que se impunha a todos nós.
Se for para lembrarmos o Golpe de 64 que seja como:  “Brasil nunca mais”.




quarta-feira, 28 de março de 2012

NOSSOS FILHOS

Ela só tem dois aninhos e já está na escola.
Ótima opção já que papai e mamãe trabalham muito e precisam saber que ela esta em um lugar seguro com os cuidados de uma professora formada e uma ajudante de turma.
O grupo é pequeno na sala.
Olharam tudo, a escola, os professores, a tradição as indicações e nem sequer regatearam na hora do preço, o que, diga-se de passagem, é bem salgado para um maternal.
E lá se foi à princesa a aprender a conviver, a brincar, a dividir, a trabalhar em grupo, a fazer amizades com menininhas e menininhos de mesma idade, sob os olhos atentos da professora.
O colégio é ótimo e com excelente infraestrutura, salas grandes e arejadas, espaços adaptados, parquinho, piscina, projeto voltado para a educação sócia religiosa, com valores morais e éticos incontestáveis.
Em casa incentivo para os primeiros dias de aula: - vai ser bom, muito divertido e com muitas atividades.
Ficou tão bem que até estranharam uma adaptação tão fácil. Entretanto, ficou também bem mais levada. Aqueles novos ataques de quero porque quero, ficaram mais evidentes. Deu pra mexer em tudo e a desobedecer. Ficou cheia de opinião escolhendo roupa e comida.
Meu Deus, esta aprendendo coisas demais para uma semana.
E na primeira semana – a mordida do coleguinha.
A mamãe ficou arrasada com o hematoma.
Estava dodói mesmo.
Conversa na escola, conversa com a professora. Troca de turma.
- Acontece, estão na fase das mordidas e das pequenas brigas. Estão aprendendo a dividir e conviver com os outros.
Dia seguinte outra turma, lá vai ela... e no final da aula a mamãe é chamada para ver o tamanho da mordida que ela deu na coleguinha da nova turma.
Mamãe morre de vergonha. Pede desculpas e em casa conversa, fala que não pode morder, faz a maior preleção no dia seguinte ao sair para a escola.
E ela morde de novo outro coleguinha.
Meu Deus!  Precisava aprender tão depressa.
É mamãe, não tem manual de instrução, continue falando que não pode morder, fique calma quando ela for mordida e espere crescer.
Criar filho é mesmo uma grande e maravilhosa aventura.






Achei GENIAL.

                 LINDA a imagem.

     Segue a tradução abaixo:









"Lado esquerdo:

Eu sou hemisfério esquerdo. Eu sou um cientista. Um matemático. Eu amo o que reconheço. Eu classifico. Eu sou exato. Linear. Analítico. Estrategista. Sou prático. Sempre no controle. Um mestre das palavras e linguagem. Realista. Eu calculo equações e brinco com números. Eu sou a ordem. Eu sou lógico. Eu sei exatamente quem eu sou.

E do outro lado:

Eu sou hemisfério direito. Sou a criatividade. Um espírito livre. Sou paixão. Sou saudade. Sensualidade. Eu sou o som de gargalhadas. Eu sou o gosto. A sensação da areia nos pés descalços. Sou movimento. Cores vivas. Sou o anseio de pintar a tela em branco. Sou a imaginação sem limites. Arte. Poesia. Eu percebo. Eu sinto. Eu sou tudo o que eu queria ser.”






segunda-feira, 19 de março de 2012

DIA DO ARTESÃO

Tenho uma irmã que tem mãos de fada. Retalhos, linhas, agulhas, botões colas e outros apetrechos são mágicos em suas mãos. Viram bolsas, aventais e colchas e almofadas e chinelinhos e colares e brincos e uma série de objetos de adornos domésticos que nos encanta.
Outra mais dada ao humor diz que é a mulher da sacolinha. Aonde vai tem que levar uma sacolinha com as ultimas linhas ou panos comprados ao passar por ali ou acola em uma lojinha de retalhos. O incrível é que são mãos miúdas e tremulas que dão aflição ao ver trabalhar e bordar ou que parece mentira que consigam passar a linha por uma agulha.
Não só passam como bordam e como bordam. Bordados sem lado avesso. Sem pontos de nós ou linhas cruzadas.
Vende tudo. O que faz tem saída rápida e mais encomendas que entram.  Não vive do artesanato e nem nos conta quanto rende só que não para de bordar ou criar por nada. É seu grande prazer e quando a mão ou as costas dão sinal de que é preciso parar um pouco, fica igual um passarinho engaiolado. Nem canta. Hoje é dia do artesão. Obrigada Deus por nossa fadinha que tudo enfeita com rendinhas e fitas botões e até mesmo a antiga chita.
Beijos Lelinha.  


quarta-feira, 14 de março de 2012

ABORTO É CRIME



Hoje, enquanto me arrumava para ir ao trabalho, liguei a televisão e na Globo News estava passando um programa chamado “Entre Aspas” apresentado pela jornalista Mônica Waldvogel.
O tema dos mais preocupantes – Flexibilizar a legislação sobre o aborto.
Fiquei tão perplexa e atordoada com o assunto, que quase perdi a hora de ir para o trabalho.
Minha manhã foi horrível, passei a manhã inteira pensando no assunto.
Consegui sobreviver ao trabalho na parte da tarde e agora que posso sentar e escrever, não tenho outro pensamento senão escrever a respeito do tema do programa.
Então vejamos, flexibilizar o crime, é isso?
O aborto esta tipificado como crime doloso descrito no Código Penal Brasileiro em seu artigo 124. Abrindo aqui um parêntese para lembrar que se diz doloso o crime quando o agente quer produzir um resultado, ou assume o risco de produzi-lo.
O feto é o outro. É uma vida humana. É uma vida do outro que deve ser protegida desde a concepção, a Constituição Brasileira garante e protege esta vida. O direito à vida é o primeiro direito e próprio à condição de ser humano. A Constituição Federal no Brasil declara que o direito à vida é inviolável no caput do seu art. 5º.
Em uma Democracia, em pleno Século XXI, jamais deveria ser discutida ou questionada a possibilidade de matar uma pessoa deliberadamente.
A Constituição Federal não admite sequer a possibilidade de legislar contra o direito à vida, um direito fundamental. Prevê a Constituição Federal em seu 4º parágrafo do art. 60, as cláusulas pétreas.
Vida digna é um valor supremo que não pode ser violado e tão pouco relativizado.  Neste sentido os direitos do nascituro desde a concepção, estão preservados. O direito à vida é um direito fundamental do homem. E é do direito à vida que decorrem os outros direitos.
No programa estavam como debatedores o Doutor Carlos Rodrigues do Amaral, professor de Direito Constitucional do Mackenzie e o Procurador Doutor Luiz Carlos dos Santos Gonçalves, relator do anteprojeto, que garantia que a comissão não está agindo contra o direito à vida.
Dizia ele: “Conhecemos a dignidade da mulher. É possível levar em conta o direito dessa mulher para que ela não seja estigmatizada. A Constituição protege também a autodeterminação do próprio corpo”, afirma.
Segundo ele, a brecha para a aprovação está na falta de um direito absoluto na Constituição. “Tem direito à liberdade, direito à vida, direito de imprensa, direito de propriedade. Esses direitos devem ser compatibilizados. Direito à vida não é absoluto', diz relator de anteprojeto sobre aborto”.  Argumentou ele, e foram exatamente estas as suas palavras porque copiei do portal G1 neste momento.
A comissão de juristas que elabora o anteprojeto do Código Penal para o Senado acredita que chegou o momento de flexibilizar a legislação.  Ela lançou duas sugestões: autorizar o aborto para as mulheres grávidas que não têm condições de arcar com a maternidade ou quando o feto apresentar anomalias graves, incuráveis. Para os adversários das mudanças, a referência mais importante é a Constituição e não o Código Penal.
É a Constituição defende o direito à vida.
Em que País eles vivem, quem nos dias atuais tem condição de arcar com a maternidade? 
Nunca foi fácil arcar com a maternidade Senhor. Nunca o será, para aqueles que querem criar seus filhos.
Vamos então mata-los todos Senhor?
E os fetos com anomalias graves ou incuráveis, quem nos garante que serão sempre incuráveis?
E as anomalias, deveremos nos tornar seguidores de Adolf Hitler Senhor Procurador?
A Jornalista Mônica apresentou o programa dizendo que falar de aborto mexe com emoções, opiniões e convicções religiosas.
As convicções religiosas eu não vou nem questionar, uma vez que, para ser considerado culto neste nosso mundinho, criou-se o estereótipo que tem que se declarar ateu.
Eu como sou religiosa e muito religiosa, acredito mesmo que a VIDA pertence a DEUS e somente ELE poderá concedê-la ou tira-la.
Falando então sobre a Ética, como ficariam os médicos que prestam juramento para salvar a vida e estariam à mercê de uma legislação que os obrigaria a cometer crimes?
Como ilustração, gostaria de convidar quem comigo compartilha opinião a visitar só as imagens disponibilizadas no Google como aborto e vejam se consegue desculpar de alguma forma alguém que tire a vida de um feto indefeso.
Existem imagens que não consigo sequer olhar.
Vamos lá tentem ver.
Senhores juristas não precisamos que elaborem mais anteprojetos para adequação aos novos tempos o nosso antigo Código Penal.
Precisamos sim, que as leis que já existem sejam cumpridas, que outras tantas que também já existem sejam regulamentadas e que os Senhores e o Senado possam se ater a questões de real valia para o Povo Brasileiro.
Não precisamos da leviandade na elaboração de projeto de descriminalização não compatíveis com a nossa Constituição.

quinta-feira, 8 de março de 2012

PARA CONHECER A HISTÓRIA



Dia 8 de março foi consagrado pela ONU em 1945, como dia Internacional da Mulher.
Trata-se de uma homenagem às operárias Têxteis norte-americanas que em 1857 organizaram a primeira greve da história, conduzida unicamente por mulheres. Sua principal reinvidicação: a redução da jornada de trabalho de 16 para 10 horas. E partiram para a luta, tendo sido duramente reprimidas pela cavalaria da polícia. Para se proteger, muitas delas fugiram para dentro da fábrica. Os portões foram trancados por fora e a policia ateou fogo no prédio por determinação dos patrões causando a morte de 129 mulheres, carbonizadas ou por asfixia. 

quarta-feira, 7 de março de 2012

MULHERES



A beleza de uma mulher não está nas roupas que ela usa,
na imagem que ela carrega, ou na maneira que ela penteia os cabelos.
A beleza da mulher tem que ser vista a partir dos seus olhos, porque essa é a porta para o seu coração, o lugar onde o amor reside.
A beleza da mulher não está nas marcas do seu rosto.
Mas a verdadeira beleza numa mulher está refletida na sua alma, está no cuidado que ela amorosamente tem (pelos outros), a paixão que ela demonstra.
Com o passar dos anos essa beleza espelhada só cresce.
Parabéns para todas nós, Mulheres, nesse:
“Dia Internacional da Mulher”

terça-feira, 6 de março de 2012

HOMENAGEM DAS MAIS LINDAS A NÓS: MULHERES


Super-Homem
Gilberto Gil

Um dia vivi a ilusão de que ser homem bastaria
Que o mundo masculino tudo me daria
Do que eu quisesse ter

Que nada, minha porção mulher que até então se resguardara
É a porção melhor que trago em mim agora
É o que me faz viver

Quem dera pudesse todo homem compreender, ó mãe, quem dera
Ser o verão no apogeu da primavera
E só por ela ser

Quem sabe o super-homem venha nos restituir a glória
Mudando como um Deus o curso da história
Por causa da mulher


segunda-feira, 5 de março de 2012

DIA INTERNACIONAL DA MULHER


Venho postando relatos de mulheres vitoriosas no mundo dos homens, entretanto, ao contrário do que se possa pensar, não sou nenhuma feminista. Nuca queimei sutiãs ou calcinhas.
Brigo demais quando acho que meu direito está sendo usurpado, pois ele  é garantido a todos, mulheres ou homens.
Acredito que algumas profissões são muito brutas para serem levadas pelas mulheres, mais ai temos que levar em conta a sobrevivência de cada uma. 
Ser pedreiro ou pedreira deve ser muito pesado, mais ser advogado ou advogada também o é.
As mulheres são mais antenadas e dão conta de múltiplas tarefas ao mesmo tempo. Torram o arroz e preparam a carne atendem ao telefone e o homem do gás, nos intervalos arrumam as camas. Vão para o trabalho e pegam as crianças após a aula, levam ao balé e ao judô. Passam no banco, pagam contas, uma passadinha básica ao supermercado, pois já anotou o que esta faltando na geladeira e ainda arrumam tempo para depilar ir ao salão e fazer o cabelo e as unhas.
Nas empresas a mesma coisa, dão notícia de tudo, lembram tudo, se ligam em várias tarefas e dão conta do recado. Não posso deixar de lembrar que ainda existem os dias da TPM que são duros de levar, mais levamos. Como diz Adélia Prado “mulher é desdobrável”.
Até ai tudo bem, todo mundo reconhece nossa força.
Neste dia Internacional da Mulher quero aqui lembrar um ponto: “Somos fêmeas”, o chamado sexo frágil. Não o frágil para o poder de conquistar ou fazer, mas o frágil da sensibilidade, da leveza de sentimentos, da afetividade.
Temos necessidade ancestral em confirmar à fêmea que somos na maternidade, no amor, no sexo, aquele gostinho de que somos protegidas em nossa vida intima.
A nossa doçura feminina precisa ser preservada. Podemos ser poderosas e ao mesmo tempo vulneráveis e frágeis.
Não precisamos ser masculinas para provar nada. Temos que ser mulher, por vezes cheias de melindres e por vezes tão graciosas e perfumadas a flutuar em torno de nossos queridos.
Qual o medo de ser feminina?
Neste dia INTERNACIONAL DA MULHER, não podemos nos esquecer de ser MULHER.



sexta-feira, 2 de março de 2012

Homofobia e homossexualidade

A liberdade de amar, a liberdade de viver, a liberdade de ser.
Sempre acreditei no respeito ao próximo e procuro me pautar por ele. Entretanto, como mulher, mais velha e religiosa que sou me é difícil aceitar a homossexualidade tão liberta de nossos dias. Também não chego às raias da homofobia, até porque abomino toda forma de agressão verbal ou física.
Sendo sincera, como pretendo ser nesta página que me dispus a escrever, confesso que ficaria extremamente infeliz como mãe se minha filha se me apresentasse como homossexual. Não ao ponto de rejeita-la, porque a amo demais, infeliz, só infeliz.
Então pensar assim não é ser homofóbico? Ou a homofobia é termo usado só para aqueles que agridem?
Se alguém me diz que não é racista, mas que não suportaria ter um genro negro, não é um racista? Claro que é. Assim o penso. Pois racista eu tenho certeza que não sou. Acho uma raça linda e se em minha origem tiver uma raiz africana me sinto orgulhosa. Gente guerreira e cheia de disposição para o trabalho. Orgulhosos de si mesmo e de sua origem.
Já os índios, tenho a maior birra com eles. Preguiçosos e indolentes, uma cultura que não me atrai nem um pouco. Isso chama o que?  Existe uma palavra que defina o preconceito contra os índios?
Preocupo-me com minha postura. Não os aceito com naturalidade, não os agrido. Sou o que então?
Porque este assunto agora: bem assisti a um filme nacional, que nem é muito novo, sobre uma família que se depara com a homossexualidade do pai. Depois meu sobrinho me aparece com uma historia parecida de um colega de trabalho que o deixa perplexo por trabalhar com o cara durante anos e nunca o ter identificado com tal. Só quando ele resolveu contar é que os colegas ficaram sabendo. Então não faz diferença nenhuma faz?
Agora acabo de ler uma reportagem sobre o assunto que compartilho com vocês e estou ainda mais confusa sobre minha postura frente ao novo e tão antigo comportamento social..

“Experiência mostra que indivíduos homofóbicos sentem excitação diante a de estímulos homossexuais.                                                                        

Desde o fim do ano passado, em São Paulo, assistimos a uma série de ataques brutais contra homossexuais ou homens que seriam homossexuais aos olhos de seus agressores.
No fim de 2010, por decreto da Presidência da República, foi estabelecida a finalidade do Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (parte da Secretaria de Direitos Humanos).
Mais recentemente, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a união entre pessoas do mesmo sexo como unidade familiar. Não me surpreende que uma explosão de homofobia aconteça logo agora, pois, em geral, o ódio discriminatório aumenta de maneira diretamente proporcional aos avanços da tolerância.
Funciona assim: quanto mais sou forçado a aceitar o outro como igual a mim, tanto mais, num âmago que mal reprimo, eu o odeio e quero acabar com ele. Mas por que eu preferiria que o outro se mantivesse diferente de mim? Por que não quero reconhecê-lo como igual? O termo de homofobia, inventado no fim dos 1960, designa, mais que um preconceito, uma reação emocional à presença de homossexuais (ou presumidos homossexuais), num leque que vai do desconforto à ansiedade, ao medo e, por fim, à raiva e à agressão.
Numa entrevista na "Trip" de outubro (http://migre.me/6563w), apresentei a explicação clássica da homofobia do ponto de vista da psicanálise: "Quando as minhas reações são excessivas, deslocadas e difíceis de serem justificadas é porque emanam de um conflito interno. Por que afinal me incomodaria meu vizinho ser homossexual e beijar outro homem na boca? De forma simples, o que acontece é: 'Estou com dificuldades de conter a minha própria homossexualidade, então acho mais fácil tentar reprimir a homossexualidade dos outros, ou seja, condená-la, persegui-la e reprimi-la, se possível até fisicamente, porque isso me ajuda a conter a minha'".
Exemplo: se eu sinto (e não quero sentir) atração por um colega de classe do mesmo sexo, o jeito, para me convencer que não sinto atração alguma, é chamar esse colega de veado, juntar um grupo que, como eu, odeie homossexual e esperar o colega na saída da escola para enchê-lo de porradas.
Um amigo me perguntou se essa interpretação da homofobia não era, sobretudo uma forma de vingança: você gosta de agredir homossexuais pelas ruas da cidade? Olhe o que isso significa: você mesmo é homossexual. Gostou? O amigo continuou: "Isso não é bonito demais para ser verdade?".
Pois bem, anos atrás, pesquisadores da Universidade da Georgia selecionaram 64 homens que (na escala Kinsey) se apresentavam como sendo exclusivamente heterossexuais. Todos foram testados por uma entrevista (clássica, o IHP) que estabelece o índice de homofobia, de 0 a 100. Com isso, foram compostos dois grupos: os não homofóbicos (IHP de 0 a 50) e os homofóbicos (IHP de 50 a 100).
Nota: chama-se pletismógrafo um instrumento com o qual se registram as modificações de tamanho de uma parte do corpo. Pois bem, todos vestiram um pletismógrafo peniano, graças ao qual qualquer ereção, até incipiente e mínima, seria medida e registrada. Depois disso, todos os 64 foram expostos a vídeos pornográficos de quatro minutos mostrando atividade sexual consensual entre adultos heterossexuais, homossexuais masculinos e homossexuais femininos.
À diferença do que aconteceu com o grupo de controle (ou seja, com os não homofóbicos), a maioria dos homofóbicos teve tumescência e ereção significativas diante dos vídeos de sexo entre homossexuais masculinos. Confirmando a interpretação da psicologia dinâmica: indivíduos homofóbicos demonstram excitação sexual diante de estímulos homossexuais.
Existe a possibilidade de que a excitação manifestada pelos homofóbicos seja efeito, por exemplo, de sua vontade de quebrar a cabeça dos protagonistas dos vídeos -existe, mas é remota (porque os 64 indivíduos da amostra passaram todos por um questionário que mede a agressividade, e ninguém se mostrou especialmente agressivo).
Para quem quiser conferir, a pesquisa, de Henry E. Adams e outros foi publicada no "Journal of Abnormal Psychology" (1996, vol. 105, n.3), com o título "Is Homophobia Associated with Homosexual Arousal?" (a homofobia é associada à excitação homossexual?) e é acessível na internet: http://migre.me/656Z4.”