sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

ADÉLIA PRADO


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Quando eu nasci,


um anjo esbelto, destes que tocam trombetas anunciou:


Vai carregar bandeira.


Cargo pesado, para mulher essa espécie ainda envergonhada.


Aceito os subterfugios que me cabem sem precisar mentir


Não sou tão feia que não possa me casar,


Acho o Rio de Janeiro uma beleza,


e hora sim, hora não, creio em parto sem dor.


O que sinto escrevo - cumpro a sina.


Inauguro linhagens, fundo reinos.


A minha tristeza nao tem predigre,


Já minha vontade de alegria, sua raiz vai a meu mil avô.


- Vai ser cocho na vida.


É maldição pra homem,


Mulher é desdobrável e


EU SOU.

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